Monday 17 December 2007

Lagarada, como foi!

Aqui fica um relato da Lagarada, feito com gosto e afinco.
Obrigada, Sr. Geraldes!

Treze horas e trinta minutos. Alguém chama tudo aos seus lugares, vai dar-se início ao almoço.Aí vem a lagarada!

Umas couves com batatas tudo bem amassado, regadas com azeite novo, fervido com alho, e após mistura-se o bacalhau. As couves, essas, bem macias pois já estão um pouco cozidas pelas geadas. Está tudo a calhar a jeito. Bem temperadas escorregavam que era uma maravilha. Inconfundível....

O bom vinho da região fazia ainda com que melhor escorregassem.

A seguir uma feijoada: sem comentários! Toda aquela gente comia cá com uma pedalada!... O garrafão, esse, a jeito por debaixo da mesa ia perdendo o peso enquanto que os rostos envermelheciam... Já se iam ouvindo algumas vozes mais fortes, e o estado de fraqueza estava a passar.

Seguem-se as sobremesas, das quais se destacou o arroz-doce, feito com o leite da cabrinha que não fora desnatado. Estava um espectáculo (sem igual)!

Tudo isto preparado por pessoas do povo: a D.Narcisa, a D.Luísa, a D.Rosa Dias, a D.Amélia, a D.Ana, entre outras. Serviram estes pratos com muita alegria, vontade e esmero! Segue-se o café acompanhado do digestivo caseiro da zona (espectáculo)!

Compasso de espera para o jantar. Música mais música! Conversa e mais conversa! O tempo passa rápido.

São horas do jantar. Alguém chama.

Foi todo o mundo direitinho ao assunto. Seguiram-se carnes bem temperadas tendo sido também bem regadas. Estava tudo muito animado.

Já satisfeitos compadres e comadres começam os discursos: feitos e não feitos estavam todos de acordo e notei que quando o Sr.representante da Câmara Municipal discursava, alguém do sexo feminino, ao seu lado mas um pouco atrás, gesticulava com a cabeça e simpaticamente anuia a tudo quanto era dito; eu pensei: estou vendo bem!!! Sim. Eu estou noutro mundo bem se vê. Inacreditável. Acabam os discursos. Segue-se mais café e começa o baile, música mais música: aparece quem cante uns fados homens, mulheres, e, o senhor José Raínha, homem já com certa idade, acompanha a música com a sua matraca, e assim se continua pela noite dentro.

O esforço desta gente que se presta e preza fazer tudo isto é acompanhado de uma vontade muito forte. Reconheço e aqui deixo os meus louvores. Que Deus dê saúde e anos de vida a todas aquelas pessoas que trabalham para tão nobre causa.

Até p´ro ano.